quarta-feira, 20 de novembro de 2013

FAGULHAS POÉTICAS II, POETRIX DE MARÍLIA TAVERNARD


PREFERÊNCIA

Cheiro da tua pele
sem perfume
Melhor que muito francês


AMOR DIGITAL

Conectado ao meu coração
aperte "play"
Jamais "delete", OK?


DEPRESSÃO

O sopro do vento
Arrasta restos e folhas mortas.
Meu inverno chegou.


FAGULHAS POÉTICAS II, POETRIX DE MARÍLIA TAVERNARD

RUÍNA

Despejada
do teu coração
Sem teto, sem pele


ESPELHO

Refletes duras rugas
O olhar, jovial
Contradições!


DESOLAÇÃO
Goteira no teto,
cama vazia,
buraco no coração


INSANO

Amar sem ter você
Visões!
Loucura ousar



FAGULHAS POÉTICAS II, POETRIX DE MARÍLIA TAVERNARD


PERFUME

O cheiro da saudade
Deitou-se ao meu lado
Acordada, sonhei

CORAÇÃO EM FESTA

Despertar doce
Na aurora do dia
Eu, você, o sol


INVERNO TOTAL

Paisagem cinza,
Respingos no vidro da sala
Úmidos olhos


BAIXO ASTRAL

Toca cavaquinho
Um chorinho
Intensifica a solidão


PASSADO

Sombras flutuam
Na noite calada
Ensurdecedoras lembranças


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Bienal do Livro em São Paulo 2012


Bienal do Livro em São Paulo 2012





FOTOGRAFIA, POESIA DE MARÍLIA TAVERNARD


FOTOGRAFIA


Registre minha imagem de perfil
Deixe ao natural,
nada de photoshop
Retocar a originalidade
deprecia o Criador
Os anos passaram,
alegrias, tristezas,
tudo ficou registrado
Retrate
nessa moldura
chamada rosto,
o gosto pela vida
Vivida, cantada
em prosa e verso
e abençoada por Deus


INVERNO TOTAL, POETRIX DE MARÍLIA TAVERNARD



INVERNO TOTAL

Paisagem cinza
Respingos no vidro da sala
Úmidos olhos

Marília Tavernard



terça-feira, 7 de maio de 2013

NOSTALGIA, PROSA DE MARÍLIA TAVERNARD

NOSTALGIA

                A tarde é morna, olho em volta de mim e vejo as folhas das árvores balançando ao vento quente. Mas a tarde escorre entre as horas deixando prever a chegada da noitinha. Caminho apreciando o movimento das pessoas e dos carros. Encontro um banco vazio na praça, que sorte! Sento e observo.
                As lembranças sentam ao meu lado e o filme começa. Nessa praça, algumas vezes, o namoro, encostados no carro fluíam beijos, abraços, carícias... Outras vezes, a lembrança das caminhadas após o trabalho ao lado de uma grande amiga, onde ríamos e trocávamos confidências, experiências e saboreávamos uma água bem docinha, na barraquinha do coco. Nessa mesma praça onde tantas vezes levei meu filho para passear, ainda o posso ver correndo atrás das bolinhas de sabão que insistia sempre em comprar. Como cresceu meu menino!
                Percebo então que não sou mais criança, nem jovem na idade, apesar dessas sensações ainda permanecerem dentro de mim. Ora sou jovem na alma, conversando com meu filho e seus amigos, inventando brincadeiras para a noite de natal, ora me sinto como uma criança ainda, que adora raspar as sobras do brigadeiro na panela, que adora um filme de animação acompanhado de pipoca e refrigerante e também de um belo banho de chuva. Se for em Mosqueiro, melhor. Apesar da idade, os gostos não mudam tanto assim...
                Por que o tempo avança com essa velocidade incontida? Será que ele não vê que ainda queremos ser partícipes da vida? Que se continuar assim, em breve, estaremos com limitações de movimentos, de fala, de audição e esquecimentos?
                Não dá pra ser verdade o filme “O curioso caso de Benjamin Button”? Quero nascer velho e morrer criança.

Marília Tavernard (27/12/2012)

domingo, 28 de abril de 2013

ESPERANÇA, POETRIX DE MARÍLIA TAVERNARD



ESPERANÇA


A vida se fez escuridão
Mentes em desalinho
Brilham ainda as estrelas


Marília Tavernard

DESORIENTADO, POETRIX DE MARÍLIA TAVERNARD


DESORIENTADO


Meu coração usa vicinais

Despisto rastros teus

Me perdi outra vez


Marília Tavernard
















DESORIENTADO
Meu coração,
usa vicinais,
para te despistar.